e um tufão,
desses bem ferozes
passou correndo
no meu milharal
devastou,
deflorou as bonecas de espiga
o milharal, coitado,
plantado e perplexo
apenas soube chacoalhar-se
num aceno dolorido
e quase apaziguador
nem chorar ele consegue
pois é só milho e éter
não tem matéria prima pra compor
uma lágrima ou um verso
mas um dia vou ser poeta,
encher de chocalhos esse pé-de-vento
e pendurar-lhe nos fios de cabelo
fitinhas do santo bonfim
pois quem sabe, então,
só assim,
eu consiga a façanha, a proeza,
de mentir que é tão poesia
quanto hoje é somente tristeza.
outro ótimo poema que leio por aq!
ResponderExcluir