deja vu




Faleceu ás 2h da manhã depois de uma noite de bebedeira, muito sexo e cigarros.Morreu. Assim que soube da verdade, que não fazia tanta diferença no universo alheio. Morreu de desgosto.Ás nove horas da noite seguinte lá se vai o enterro do defunto. O cortejo passa pelas ruas da velha cidade. O barzinho aonde nasceu, entre Margueritas e vodka, a primeira noite em que se viu de pé, na praça da rua Deodoro da Fonseca, no banquinho embaixo do flanboyant onde viveu sua meninice, a fase onde não sabia se ia viver até a proxima florada, na rua aonde correu descalço na chuva, lembrou-se de com foi feliz naqueles ares. No cinema, ah o cinema, aonde beijou pela primeira vez e se sentiu vivo, aonde passou a entender que nao se pode ser feliz sozinho. Foi feliz. Lembrou-se das cartas, das musicas. Viu-se amadurecendo ao passar pela igreja, lembrou-se da grinalda e do arroz que o definiu como eterno, acima da tristeza e da doença. Nessa hora chorou. Por ja ter morrido. Por nao ter feito seu papel de unir de fato dois seres. Por nao ter vingado. Chorou. Quando um amor morre, as asas de um cupido sao cortadas e atiradas sete metros abaixo da linha do firmamento. Cada esquina o fazia ver o quanto doi morrer em si, no outro e no outro. Chorou. E foi jogado na lata de lixo, junto a um ursinho e umacaixa com fotos e recorte. Foi enterrado o amor que morreu. O amor que morreu.


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Mais um de meus textos descabidos, sejam complacentes rsrs...

Bjuss

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