Fim de semana

(tô mesmo com muita preguiça de narrar)
Há muito não ia á festa alguma. Era a despedida do irmão de uma amiga. Ótimo, aceitei o convite. Muita gente, alguns amigos que eu não via desde que sai do antigo colégio. O que me irritou foi (como sempre) a música. Tocava um ritmo novo chamando "tecno brega", enfim, nem sei. Tinha churrasco e muita cerveja (muita mesmo). Logo chegou um carro com uma estrutura enorme de som (deu até um frio na barriga) -- Ah meu deus, mais essa! Conectaram tanto fio num computador, ligaram uma espécie de laser verde e fumaça que não sei como se chama. Assim que ligaram o som senti que meu peito arrebentava por dentro, era tão alto que fiquei atordoada. -- Lanna, você está envelhecendo nova demais. Bom, fui ao banheiro, depois peguei uma coca-cola. Minutos depois, meus tímpanos acostumaram com as crescentes vibrações e toda aquela luz acromática me chamou a atenção. O gerador de laser fazia movimentos geométricos e formava cortinas de estrela, círculo, zig-zag, espirais. -- Deve ser mesmo uma loucura depois de um baseado. A música por vezes era interrompida. Uma voz que ia do grave ao agudo dizendo qualquer coisa que eu nem entendia. Fiquei sentada olhando a fumaça de cheiro doce e meio seco.
-- O que você tem??
-- Ãhn?
-- Ta bêbada????
-- Não to ouvindo nada!! (eu disse, fazendo um cone com as mãos)
-- Ah, não tem nada? Tá beleza, vamos dançar!
Fiz sinal negativo, e continuei sentada.Todos estavam dançando aquele baticum. Exceto eu e alguns casais que permaneciam abraçados do meu lado. Que saco! Tinha dispensado a carona de mamãe dizendo que dormiria lá mesmo. Aff. Já sei. O problema é que eu não bebo. É, deve ser isso... Estão todos bêbados, por isso toleram. --O que eu tava fazendo ali? Parecia uma idiota. Quem ta na chuva é pra se molhar!! Quis aproveitar aquele momento de breve euforia pra me levantar e me juntar ao pessoal que fazia aqueles passinhos ridículos. Não deu.
--Lanna, sua velha!As meninas me puxaram pela mão e me arrastaram pro meio da pista. O som eletrônico parecia sair de mim, meu peito saltava no ritmo da música e eu parecia camuflada pela fumaça e o laser. Foi divertido. Todo mundo sorria e brincava no meio do fumaceiro, tive a impressão de ver tudo em câmera lenta, talvez pelo flash, não sei.É saudável se divertir, mas por que cargas d'agua eu evitava aquele ambiente? (perceberam meu arcaísmo? "cargas d'agua" nem minha avó!) Já passava de três da manhã, estava suada e o calor já não me incomodava.Meu pés reclamavam, percebi que boa parte do pessoal ja estava descalça. Tirei os sapatos.
-- Ai que chão sujo!
O Dj colocou "Balão Mágico" e voltei pra uma infancia que nem foi minha. (risos)
Foi muito divertido, todos estavam bêbados e fazendo gracinhas, ninguem falava nada, não tinha como ouvir, mas todo mundo se entendia.Nunca gostei de festas e música alta. Mas me fez bem.
Lembrei dos rituais indígenas. Até que aquele nosso é mais agradável. Sem amputações ou caminhada sobre brasa.
Bom, acho que não perdi nada.

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